terça-feira, 22 de março de 2011

David Harvey e a Condição Pós-Moderna

Ontem demos início aos seminários da disciplina de "Modernização Tecnológica do Espaço Brasileiro". Nesse momento proponho a discussão da terceira parte do livro do geógrafo estadunidense David Harvey, "Condição Pós-Moderna". Abaixo uma palhinha do que está disponível no google books. Infelizmente tivemos alguns percalços em função de aparatos técnicos e falta de energia. O que importa mesmo é que gostei da primeira apresentação, que foi  o que deu pra fazer em meio a tantos transtornos. A discussão a cerca da percepção espaço-temporal como um elemento importante, mas não o único, na transição da modernidade para a pós-modernidade, é perpassada pela necessidade de reconhecer, analisar e interpretar os "vínculos materiais entre os processos políticos-econômicos e processo culturais". Segundo Harvey não sendo realizado esse exame acabamos refém das atribuições do senso-comum para o tempo e para o espaço, e dessa maneira acabamos "naturalizando" nossas concepções espaço-temporais. O autor vai defender uma perspectiva materialista, mas vai flertar com alguns autores do simbolismo como Bordieu e Foucault. Vai comparar e tentar articular a Teoria Social e a Teoria Estética, destacando que a primeira privilegia o tempo em suas formulações, enquanto a outra trabalha na perspectiva de espacializar o tempo. Na sequência o grupo falou dos "espaços e tempos individuais na vida social". Partindo da análise da geografia temporal de Hägerstrand tece sua crítica a falta de explicação aos processos constituição das categorias propostas por este autor, entre elas as trilhas de vida e as conexões. Harvey passa pelas heterotopias de Foucault, pelo habitus de Bordieu, mas foca mesmo suas reflexões nas dimensões espaciais de La producion de l'espace, de Henri Lefebvre. Partindo das dimensões espaciais do vivido (práticas espaciais materiais), do percebido (representações do espaço) e do imaginado (espaços de representação), Harvey procura capturar a complexidade da estrutura da transformação de concepções e práticas espaciais e temporais associando-as, as dimensões, as práticas espaciais que o autor compreende em quatro aspectos, o papel da "fricção da distância", apropriação do espaço, domínio do espaço e produção do espaço. Dessa maneira David Harvey consegue explicar como o espaço e o tempo tornam-se fonte de poder social. Abaixo trechos do livro.



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