
Parabéns a todos os colegas de profissão por esse 29/05, dia do geógrafo. Talvez não tenhamos muito o que comemorar, pois, a cada dia é fácil perceber o quanto outras áreas vêm ocupando o espaço de atuação da Geografia, arquitetos, engenheiros, biólogos, sociólogos, economistas, enfim parece que tudo que é geográfico por essência acaba sendo mais valorizado a partir do manuseio de outros profissionais. Mas, cada vez mais estou convicto de que a Geografia é a ciência do futuro, e que cada vez mais se torna presente. As reflexões necessárias que colocam em choque a consciência ecológica e o desenvolvimento tecnológico, parecem encontrar um campo de debate bastante desigual do ponto de vista sócio-econômico. Essa desigualdade se manifesta, ou se materializa, no espaço. Enquanto ricos acusam pobres por serem responsáveis pela exploração predatória dos recursos, pobre acusam ricos de consumirem além de suas necessidades. E parece ser esse o caráter espacializante da desigualdade, dicotômico, ambíguo, pois, se hoje temos um espaço concentrado, caracterizado pelos grandes centros urbanos, onde a cultura do consumo impera, também temos vários espaços de escassez, onde a falta de recurso e de planejamento faz com que esses espaços sejam considerados de risco. Isso pra não falar da Amazônia, que enquanto alguns defedem com discursos ambientalistas e criticam as ações de ocupação por parte do governo, verdadeiros bandidos estão explorando, matando e fazendo uma ocupação brutal e ilegal das áreas de florestas. Enquanto questionam o uso de energia nuclear, várias famílias tem que deixar suas terras para repressamento de cursos d'água e a construção de hidrelétricas, defendem o meio ambiente, mas não querem desenvolvimento tecnológico, dessa maneira quem usufrui em um futuro de escassez global, dos recursos preservados? Para além das polêmica do espaço material, emerge o ciberespaço como nova possibilidade de estudos geográficos. Um novo espaço que a cada minuto recebe milhares de migrantes que buscam novas identidades, novas possibilidades, enfim um novo lugar, ou novos espaços de relações, que não são meramente virtuais. O ciberespaço também se apresenta dicotômico, onde o que parecia universal e totalizante é apresentado de maneira densamente fragmentada, como espaço de resistência cultural, de aculturação ou de hibridização cultural. E tudo isso está acontecendo e transformando o espaço. Espaço que pode ser paisagem ao ser percebido, espaço que pode lugar ao ser vivido ou espaço que pode ser território ao exercer poder. É em pleno dia do geógrafo, parece que além de estudar o espaço é preciso também defendê-lo.
Parabéns Geógrafos ^^
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